Depois de ser atacada por trombadinhas, a repórter April O’Neil (Judith Hoag) é salva por tartarugas mutantes, que passaram a se dedicar a combater o crime desde que foram contaminadas por uma substância radioativa nos esgotos de Nova York e se tornarem guerreiros após serem treinados pelo mestre Splinter. Aliadas a Casey Jones (Elias Koteas), elas combatem a organização Foot, que lança uma onda de crimes na cidade sob o comando do perigoso Demolidor.
93min – 1990 – EUA
Dirigido por Steve Barron, roteirizado por Todd W. Langen e Bobby Herbeck (Baseado nos personagens de Kevin Eastman e Peter Laird). Com Judith Hoag, Elias Koteas, Josh Pais, David Forman, Brian Tochi, Leif Tilden, Corey Feldman, Michelan Sisti, Robbie Rist, Kevin Clash, James Saito, David McCharen, Toshishiro Obata, Michael McConnohie e Michael Turney.
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Texto atualizado em 01 de setembro de 2020
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As Tartarugas Ninja são um fenômeno. Durante a minha infância, nos anos noventa, a fama dos ninjas era tamanha que ficou conhecida como turtlemania. Minha merendeira e pasta escolar, que usei durante todo o colégio, eram estampadas pelo grupo. Passei dias no super nintendo jogando “Turtles in Time” e até hoje leio e acompanho esses adolescentes nos gibis. Criadas por Peter Laird e Kevin Eastman na década de oitenta, as Tartarugas originadas dos quadrinhos ganharam games, séries de tv (tanto animadas quanto em live action), e até três longas-metragens super divertidos produzidos no início da década de noventa. Em 2014 o grupo sofreu um reboot nas telonas, que ainda rendeu uma continuação em 2016. E é com o longa do diretor Steve Barron e roteirizado por Todd W. Langen e Bobby Herbeck que o grupo estreou nas telas de cinema. Neste primeiro filme o bom humor é marcante e se repete em suas sequências.
Ao rever a obra é impossível evitar a nostalgia, afinal, cresci com Leonardo, Raphael, Michaelangelo, Donatello e Mestre Splinter. É claro que assisti ao filme com a dublagem original da minha época. Ok! Também não gosto de filmes dublados, muito das atuações e um pouco do sentido original são perdidos na tradução. Mas certos filmes que nos marcam na infância, devem sim, ser vistos da mesma maneira que nos impactaram anos atrás.
Um plano geral da cidade Nova Iorque marca o início do filme. Quando os quadros se aproximam das ruas e dos cidadãos nova-iorquinos, introduz os altos índices de criminalidade da cidade. Vemos em um aparelho de TV, uma reportagem de April O’Neil (Judith Hoag) sobre a onda de assaltos que a cidade está sofrendo. E se ainda não ficou qual a ameaça do filme, a sequência seguinte é o roubo de uma carteira, que passa pela mão de vários adolescentes até parar nas mãos do Destruidor (James Saito). Pronto! Problema principal apresentado. Depois de mostrar a “Onda do crime silêncioso”, a obra nos convida a conhecer seus protagonistas. April O’Neil sai do trabalho à noite e é surpreendida por assaltantes. A jornalista é salva pelas Tartarugas Ninjas que entram derrotam os bandidos e saem sem serem vistos. Raphael dá um deslize e deixa um de seus sais para trás, único registro da presença dos ninjas em cena. Em um tour pelos esgotos o filme registra nossos heróis Leonardo (Brian Tochi / Voz), Raphael (Josh Pais / Voz), Michaelangelo (Robbie Ris / Voz) e Donatello (Corey Feldman / Voz) acompanhados de sua logo. As Tartarugas sempre empolgadas e felizes, com exceção de Raphael, retornam ao esconderijo onde encontramos o sábio Mestre Splinter (Kevin Clash / Voz). A história lembra os quadrinhos iniciais que eram um pouco mais adultos e sanguinários, mas sem perder o tom de aventura descompromissada e a inventividade. É um filme infantil, logo o texto troca o sangue pelo bom humor e vários elementos da série animada, como por exemplo: o amor as pizzas.
A trama não se leva a sério e nos proporciona momentos divertidos como o primeiro encontro de KZ Jones (Elias Koteas) com Raphael, que acaba com um personagem jogado de cabeça para baixo no lixo. Ou então April na estação de metrô sozinha em uma cena com plano fechado e imediatamente no plano aberto seguinte diversos ninjas a cercam. Em momentos específicos e bem escolhidos temos cenas elaboradas e marcantes. O travelling de uma câmera tremida em torno de Raphael culminando em um grito nervoso é um bom exemplo. Na apresentação do Destruidor, sua sombra imponente e ameaçadora preenche toda a tela e depois no plano seguinte um movimento de câmera de baixo para cima nos revela o rosto mascarado desse poderoso vilão. Mas, é um roteiro é simples e previsível com sequências aleatórias. Quando estão refugiados na fazenda a narrativa do filme se modifica e April passa a descrever os acontecimentos em seu diário que apenas surge neste momento. Seu relacionamento com KZ é forçado e toda a sequência do Raphael machucado se recuperando em uma banheira com água. Não é exatamente um momento grandioso. Mas causa boas risadas, o que creio ter sido o objetivo. O bom humor reina no filme e nos faz rir com funerais de pizza, porradas com taco de golfe e adolescentes bêbados de Pepsi, fumantes jogando fliperama. Algumas soluções interessantes acontecem nas cenas de flashback, no início luz se “apaga” e no fim se “acende” lembrando recursos do teatro. Elas acontecem em um fundo preto sem cenário, o que parece ter como objetivo economizar, mas combina com o tom caricato do filme.
São várias as semelhanças com os quadrinhos e com a série de desenho animado. Os cenários remetem às hqs e as animações das Tartarugas Mutantes. As lutas em geral possuem um tom caricato, mas sem se esquecer de que são baseadas em artes marciais, ainda que bastante estilizadas. O embate final lembra bastante a série animada e em alguns momentos até parece um game de RPG por turno. Com direito a uma troca de ideia entre nossos heróis enquanto o Destruidor aguarda tranquilamente o reinício da luta. No final Spliter mostra porque é o mestre e KZ Jones encerra o assunto.
O longa é um passeio pela infância, um divertido entretenimento que faz jus às hqs e a série animada. Ao assistir fica claro porque a turtlemania tomou conta dos anos noventa, um filme para adultos e crianças. E não existe outra forma de me despedir, senão com um sonoro:
– COWABUNGA!
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Nota do Sunça:
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