Extremamente egocêntrico, Batman leva uma vida solitária como o herói de Gotham City. Apesar disto, ele curte bastante o posto de celebridade e o fato de sempre ser chamado pela polícia quando surge algum problema – que ele, inevitavelmente, resolve. Quando o comissário Gordon se aposenta, quem assume em seu lugar é sua filha Barbara Gordon, que deseja implementar alguns métodos de eficiência de forma que a polícia não seja tão dependente do Batman. O herói, é claro, não gosta da ideia, por mais que sinta uma forte atração por Bárbara. Paralelamente, o Coringa elabora um plano contra o Homem-Morcego motivado pelo fato de que ele não o reconhece como seu maior arquinimigo.
107 min – 2017 – EUA
Dirigido por Chris McKay, roteirizado por Chris McKenna, Seth Grahame-Smith. Com Rosario Dawson , Will Arnett , Ralph Fiennes , Michael Cera , Zach Galifianakis , Mariah Carey.
Dublado por Duda Ribeiro, Marcio Simões, Andreas Avancini, Julio Chaves, Guilene Conte e Guilherme Briggs.
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Eu gosto do Batman. De fato, ele não é meu super-herói favorito (Dá-lhe Homem-Aranha), mas tenho bastante carinho pelo personagem. De suas várias interpretações para o cinema, televisão e quadrinhos (Dentre outros), o meu favorito é o Batman do Adam West. (Como analisei neste podcast gravado a cinco anos atrás.) Assisto constantemente a série dos anos sessenta, isso porque, na minha opinião, o personagem funciona bem no humor. Quando o morcego é encarado de forma bem humorada e caricata, temos suas melhores aparições. Tim Burton sabe disso, em seus dois longas nos apresentou um Batman sombrio e caricato, com toques de humor. Em “Batman o retorno” (Meu filme favorito do Homem-Morcego) o Pinguim de Danny DeVito se locomove em um patinho de plástico. Nos anos sessenta a faceta detetive do herói era o foco do humor, Adam West desvendava os mistérios mais tolos e bestas com sacadas do além. A série também explorava os planos mirabolantes dos vilões, em determinado episódio Batman e Robin são transformados em raspadinha pelo Senhor Gêlo. Satirizava também os bat-trecos e os bat-veículos, é claro. (Temos o famoso spray repelente de tubarão.) E agora, graças ao Batman soturno, reservado e com “daddy issues” apresentado na boa trilogia de Christopher Nolan (Que eu gosto) e no Batman psicopata e violento apresentado por Zack Snyder em Batman Vs Superman, “Lego Batman: O filme” foca seus deboches no psicológico e nos sentimentos do Homem Morcego.
A narração em off do Batman nos mostra o rumo que a obra vai seguir. O personagem brinca com a tela preta e as logos iniciais, de cara nos arranca algumas risadas. E então, na primeira cena ao escutar o motivo para um avião repleto de explosivos pousar em Gotham, já sabemos que no filme a zueira vai prevalecer. O longa não ignora as aparições anteriores do herói, pelo contrário, remete a elas o tempo inteiro. Ao conversar com o coringa um personagem solta “Como na vez com os dois barcos” e “Ou como na vez com o desfile tocando Prince”, referências diretas a filmes anteriores e que ficam cada vez mais constantes no decorrer da trama. Encontramos um Batman egocêntrico, solitário que gosta bastante de sua popularidade como o grande herói de Gotham City. Afinal, sempre que ele é chamado pela polícia, nas falas de Jim Gordon “Aperta o botão, aperta o botão”, seja qual for a ameaça ele, inevitavelmente, salva o dia. O comissário Gordon se aposenta e quem assume seu posto é sua filha Barbara Gordon. Ela implementa métodos de eficiência para que a polícia não seja tão dependente do Batman. Enquanto isso o Coringa, depois de levar um “fora” do Batman, elabora um plano mirabolante contra o Homem-Morcego.
Apesar de ser uma grande brincadeira com filmes de super-heróis, tirando sarro de vilões nível z, planos malucos e vitórias absurdas. O foco são as relações e sentimentos do Batman e que realmente vemos é uma comédia romântica. Bruce Wayne tem que enfrentar seus medos internos, a fobia de relacionamentos, a solidão e o fato de ser criança mimada, ao mesmo tempo que enfrenta “problemas” com novas e antigas relações pessoais. E tudo isso acontece durante um grande “DR” com o Coringa. É uma comédia bat-família com direito a um grandioso final saltimbancos. E, creio eu, esse é o grande acerto de “Lego Batman: O filme”. O deboche com a personalidade com o Batman é certeiro, funciona e tira muitas risadas. É um protagonista com medo de relacionamentos, que escolhe a solidão por sentimentos mal resolvidos com os pais, os quais também o fazem se vestir de preto e sair por aí agredindo vilões. Cenas como o chilique de Bruce Wayne ao saber que Alfred o confirmou em uma festa, o momento da participação especial de Jerry Maguire e falas como “Alfred me tira do castigo agora!” e “Tá doido pra me prender em uma relação!” garantem muitos risos. E ver que de fato o Batman precisa de seus antagonistas e não sabe o que fazer sem eles alegra o coração.
Vale um destaque para a dublagem. Normalmente não gosto, acho que sempre devemos assistir ao trabalho original. Porém, na cabine de imprensa foi exibida a versão dublada. Que para minha surpresa, me fez rir em vários momentos. Afinal, não consigo pensar em uma versão em inglês que cause mais impacto e arranquem mais risadas do que: “Eita, o garoto se estabacou!”, “E compra um pastelzinho de carne e queijo e caldo de cana.”, “Caminho da roça!”, “A fila andou!”, “Piu piu, escapuliu!”, “A muito tempo não pego ninguém!”, “O Bruce Wayne e o Batman racham ap?” e para fechar, logo no início, temos um sonoro “Jezuis Maria José”.
E quando você acha que o caminho de “Lego Batman: O filme” está traçado o filme te surpreende sabendo utilizar/satirizar de outras obras de seu estúdio (Warner), assim como Deadpool fez com os X-men da FOX. É muito divertido quando as barreiras da franquia Batman são ultrapassadas e passam a ridicularizar diversas franquias que tanto amamos. É um filme com piadas para toda a bat-família que respeita e ao mesmo tempo faz de ridículo toda a história do Homem-Morcego (Resgatam até o Rei dos Condimentos). Você vai rir e se emocionar com essa história de amor, drama familiar e superação pessoal mascarada de um grande blockbuster de super herói. E suspirar quando assistir a cena final do casal ao pôr do sol. Afinal, ninguém vive sozinho (por mais que tentemos) e nada melhor para ilustrar que uma fala de nosso querido protagonista: “Robin, juntos vamos bater tão forte que palavras estranhas vão aparecer no ar!”
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Nota do Sunça:
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