Em uma fazenda dos Estados Unidos, uma família do meio-oeste é perseguida por uma entidade fantasmagórica assustadora. Para se protegerem, eles devem permanecer em silêncio absoluto, a qualquer custo, pois o perigo é ativado pela percepção do som.
90min – 2018 – EUA
Dirigido por John Krasinski e roteirizado por Bryan Woods, Scott Beck e John Krasinski. Com John Krasinski, Emily Blunt, Millicent Simmonds e Noah Jupe.
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Dia 89. É assim que somos “jogados” na trama de “Um Lugar Silencioso”. Iniciamos nossa jornada no meio da história (um uso clássico da técnica “In medias res”), na trama, o apocalipse já aconteceu. Um grupo de sobreviventes em uma pequena cidade abandonada, entra em um supermercado também abandonado. Rapidamente percebemos a gravidade da situação e a importância do silêncio, fica clara a ligação do som com a iminente ameaça. Dessa forma o diretor John Krasinski, que também atua no longa, utiliza a sequência inicial para nos situar na narrativa, demonstrar suas dinâmicas e a força da ameaça. É impressionante como algo comum, uma criança segurando um brinquedo, se torna algo assustador e ameaçador.
Logo “pulamos” para o dia 472, e Lee Abbott (John Krasinski) vive em uma fazenda com sua família. Ele ensina seus filhos, Regan (Millicent Simmonds) e Marcus (Noah Jupe) a sobreviver em um mundo onde a ausência de som significa vida. Sua esposa Evelyn (Emily Blunt) está grávida. Todos eles tentam viver e superar traumas do passado enquanto se protegem de criaturas atraídas pelo som. É impressionante como o design de som, a fotografia e a trilha sonora criam a todo momento sensações fortes. Angústia, medo e desespero são constantes, o clima é assustador e a tensão e suspense paira a todo momento. Tudo isso sem utilizar diálogos, já que, não estão presentes em mais da metade da obra. A direção de Krasinski utiliza muito bem o silêncio. Ele é construído, é uma ambientação. O diretor é competente com seus posicionamentos de quadro sabendo causar tensão. Planos detalhes nos mostram objetos que a qualquer momento podem piorar a situação. E elementos simples como o som de passos, respiração e ruídos de objetos se tornam aterrorizantes em contraponto ao alto ruído de uma cachoeira que é tranquilizador.
O roteiro de Bryan Woods, Scott Beck e John Krasinski transforma o silêncio na peça chave do filme. Um pequeno deslize pode destruir todo o esforço de sobrevivência de nossos protagonistas. E são nos momentos de silêncio em que o elenco brilha. É nítida a química entre Emily Blunt, em uma de suas melhores performances, e John Krasinski marido de Blunt na vida real e no longa. Sentimos o seu sofrimento o carinho que um tem pelo outro e por seus filhos. Noah Jupe também está bem e Millicent Simmonds, em uma ótima atuação, interpreta a filha do casal. Sua personagem tem uma deficiência auditiva (Na vida real a atriz também têm deficiência auditiva) e a trama aproveita bem isso. É formidável como a personagem, por não escutar o ambiente ao seu redor, não se assusta em determinados momentos e em outros se torna um perigo exatamente pelo mesmo motivo. John Krasinski utiliza isso em momentos chaves, nos quais acompanhamos acontecimentos pela perspectiva da personagem. Em um filme de terror/suspense personagens humanos e reais são fundamentais. Como nos identificamos com eles e gostamos deles passamos a temer por suas vidas.
“Um Lugar Silencioso” é corajoso. É um filme de gênero que sabe muito bem reger seus espectadores. Temos os momentos de susto (Jump scare), a tensão e suspense constante e nos aterrorizamos e preocupamos com seus personagens. Uma trama interessante baseada no silêncio, ótimas atuações e uma direção primorosa.
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Nota do Sunça:
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