San Francisco, Estados Unidos. Eddie Brock (Tom Hardy) é um jornalista investigativo, que tem um quadro próprio em uma emissora local. Um dia, ele é escalado para entrevistar Carlton Drake (Riz Ahmed), o criador da Fundação Vida, que tem investido bastante em missões espaciais de forma a encontrar possíveis usos medicinais para a humanidade. Após acessar um documento sigiloso enviado à sua namorada, a advogada Anne Weying (Michelle Williams), Brock descobre que Drake tem feito experimentos científicos em humanos. Ele resolve denunciar esta situação durante a entrevista, o que faz com que seja demitido. Seis meses depois, o ainda desempregado Brock é procurado pela dra. Dora Skirth (Jenny Slate) com uma denúncia: Drake estaria usando simbiontes alienígenas em testes com humanos, muitos deles mortos como cobaias.
112 min – 2018 – EUA
Dirigido por Ruben Fleischer , roteirizado por Jeff Pinkner, Scott Rosenberg, Kelly Marcel e Will Beall. Com: Tom Hardy, Michelle Williams, Riz Ahmed, Reid Scott, Scott Haze, Jenny Slate, Michelle Lee e Wayne Pére.
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No mesmo ano em que os fãs de quadrinhos e de cinema de heróis, foram presenteados com os ótimos “Deadpool 2” e “Vingadores: Guerra Infinita”. Chega às telas o medíocre “Venom”. O longa da Sony relembra os anos dois mil, um momento em que os estúdios apenas queriam lucrar com seus “produtos”, sem se preocupar com a qualidade dos filmes baseados em quadrinhos. Vide “Demolidor (2003)”, “Mulher-Gato (2004)” e “Elektra (2005)”. De início o longa já têm uma enorme limitação, contar a história de um vilão do Homem-Aranha sem a presença do aracnídeo. A obra foi produzida apenas pela Sony sem o envolvimento da Marvel. E por isso, toma algumas liberdades com a origem do personagem. Nas hqs um simbionte alienígena se une a Peter Parker que ao perceber os malefícios que o ser de outro planeta está causando, se esforça para separar dele. O simbionte acaba com Eddie Brock um jornalista sem escrúpulos que teve uma matéria desmentida por Peter. O ódio que ambos sentem pelo Aranha acaba os unindo e assim se tornam o Venom, que inicialmente apenas quer matar o herói. Mas tudo isso é ignorado, uma vez que a obra não se passa no mesmo universo de “Homem-Aranha: De Volta ao Lar”.
Nunca escondi meu fascínio e admiração pelo Homem-Aranha, isso fica claro em meus textos. Logo, seria possível dizer que apenas a desconstrução do personagem Venom seria o suficiente para me desagradar. Porém a descaracterização do vilão é apenas um dos vários problemas dessa nova adaptação cinematográfica. Algumas modificações na origem do protagonista são acertadas. Eddie Brock (Tom Hardy) é um jornalista investigativo celebridade, seu programa o “The Brock Report” ataca os poderosos. Para conseguir isso, Eddie não mede esforços. Vivendo em São Francisco com sua noiva Anne Weying (Michelle Williams) somos informados de um passado ruim em Nova Iorque. Uma óbvia referência a origem de Eddie nos quadrinhos. O jornalista é intimado a entrevistar Carton Drake (Riz Ahmed) empresário e dono da Fundação Vida. Brock tira proveito de sua proximidade com Anne, que é advogada do escritório que defende a empresa, e descobre que estão acobertando mortes de voluntários para experimentos. Ao expor isso ele acaba causando sua demissão e a de sua noiva que termina o relacionamento com o anti-herói. Após perder tudo Eddie é caracterizado como um fracassado patético. Meses depois o jornalista recebe a informação de que a fundação está fazendo experimentos com humanos e simbiontes alienígenas coletados no espaço.
Um problema grave em “Venom” é a falta de tom na narrativa. De início temos a impressão de assistir a um longa de terror e suspense. A fotografia é sombria e as “possessões” dos seres de outro planeta aterrorizantes. Aos poucos o roteiro parece ir deixando de se levar a sério e passamos a ter uma sensação de despretensão. Situações extremas são facilmente resolvidas, as ações dos personagens perdem credibilidade e a narrativa ganha características de comédia. Outro problema é o excesso de diálogos expositivos ao longo de toda a trama. O que é escancarado quando o simbionte e Brock passam a dividir o corpo. Eles então passam a conversar com diálogos risíveis. Alguns deles até parecem realmente ter o único propósito de divertir e fazer rir. Em determinado momento Venom “ensina” Anne como derrotá-lo, apenas porque essa informação é necessária ao final do longa.
Apesar da falta de coerência nas características dos personagens, Tom Hardy consegue fazer muito com o pouco que lhe é dado. Hardy têm carga dramática, timing cômico e trejeitos físicos exagerados que funcionam bem na narrativa. Outro acerto é o visual do vilão, a criatura parece ter saídos dos gibis. Exceto pela aranha branca no peito, por motivos óbvios. Já os demais personagens não apresentam o carisma e energia do protagonista, Carton Drake é o vilão com objetivos contestáveis e que no final apenas quer destruir o mundo. Michelle Williams parece estar sempre com preguiça e apresenta uma Anne Weying apática. Até nas cenas de ação, que deveriam ser um dos focos da obra “Venom” consegue falhar. São confusas, escuras demais e nada criativas. Na luta final é difícil entender o que acontece na tela. Com o objetivo claro de uma continuação e de iniciar um universo temos várias referências desde o jornal “Daily Globe”, a “She Venom” e até a série “Venom: The Madness”.
“Venom” é mais uma obra que não consegue aproveitar um personagem interessante. A relação Eddie Brock e simbionte, que é bem trabalhada nos quadrinhos aqui é reduzida a algumas boas piadas e lembretes a todo o momento de que não passamos de comida para o alienígena.
Obs. Existem duas cenas pós-créditos. A primeira, logo após aos créditos iniciais, mostra o objetivo claro de uma sequência. A segunda é um clip promocional de Homem-Aranha no Aranhaverso. Uma pequena cena que empolga mais que todo o filme que acabamos de presenciar.
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Nota do Sunça:
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