Baseado no livro “O homem que queria salvar o mundo”, de Samantha Power, e produzido pela Netflix, Sergio relata a biografia de Sergio Vieira de Mello (Wagner Moura), diplomata brasileiro das Nações Unidas que morreu em Bagdá, em 2003, durante um bombardeio à sede da ONU local.
118 min – 2020 – EUA
Dirigido por Greg Barker. Roteiro por Craig Borten. Com Wagner Moura, Ana de Armas, Garret Dillahunt, Will Dalton, Bradley Whitford, Brían F. O’Byrne, Clemens Schick.
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“Sergio” em sua sequência inicial apresenta seu protagonista com uma postura de poder e experiência. Sergio (Wagner Moura) diz que é impossível descrever sua carreira, de trinta e quatro anos na ONU, em alguns minutos. Cena que também funciona como um alerta do diretor Greg Barker para nós espectadores. O que estamos presenciando é um recorte da vida desse importante diplomata. Em 2009 Greg Barker também dirigiu um documentário sobre o protagonista, com o mesmo título, um pouco mais de uma hora e meia de duração e que também está disponível na Netflix. Diferente do documentário, o longa opta por ancorar sua trama em um romance e seguir uma narrativa não-linear que permeia a vida profissional e pessoal de Sergio de Mello passando por momentos importantes e decisivos de sua trajetória profissional.
Os acontecimentos escolhidos são sua atuação na transição de governo no Timor-Leste, quando conheceu Carolina Larriera (Ana de Armas) e quando atuou como mediador no Iraque, onde acabou sendo alvo de um atentado terrorista. A direção se assemelha ao estilo documental com sequências de câmera na mão e foco sempre no protagonista. O relacionamento de Sergio e Carolina conduz a narrativa e a montagem traz recortes entre passado e presente. A obra se importa menos com os fatos históricos ou com um caráter mais biográfico e mais com os ideais e a vontade de mudar o mundo do protagonista. A trama opta por explorar as fragilidades e dramas íntimos do protagonista, ainda que de de forma superficial em alguns momentos. Como por exemplo sua relação com os filhos. A decisão de iniciar a obra com o atentado terrorista se justifica, como um homem revendo sua vida e seus momentos mais importantes quando confrontado com o fim. Porém parece mais um artifício para cativar a atenção e interesse até o final da projeção, já que apesar de insinuar o longa nunca questiona as estranhas circunstâncias do atentado e a surpreendente falta de resgate. Wagner Moura não se parece com Sergio, mas traz toda uma gestualidade para sua performance. Ana de Armas também está bem e conduz algumas sequências com muita sutileza e eficácia. A química entre os dois é boa, eles funcionam bem como um casal.
“Sergio” é um recorte na vida de um homem que teve grande importância para a ONU, o Brasil e o mundo. Apresenta uma narrativa equilibrada, uma direção concisa e sequências bem trabalhadas. Em uma biografia, a opção por retratar momentos específicos da vida do biografado é válida. É muito difícil tentar retratar a vida e a personalidade de alguém em sua totalidade. Porém mostrar os acontecimentos no Iraque em 2003 e não se aprofundar em suas desavenças políticas e nos questionáveis eventos que cercam a morte do protagonista, é um erro. A perda de Sergio impactou o ocidente e mudou os rumos da ONU até hoje.
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Nota do Sunça:
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