O imperador romano Júlio César sempre quis derrotar os irredutíveis gauleses, mas jamais teve sucesso em seus planos de conquista. Até que, um dia, ele resolve mudar de estratégia. Ao invés de atacá-los, passa a oferecer os prazeres da civilização aos gauleses. Desta forma, Júlio César ordena a construção da Terra dos Deuses ao redor da vila gaulesa, de forma a impressioná-los e, assim, convencê-los a se unir ao império romano. Só que a dupla Asterix e Obelix não está nem um pouco disposta a cooperar com os planos de César.
85 min – 2014 – França
Dirigido por Louis Clichy e Alexandre Astier. Roteiro por Alexandre Astier, Jean-Rémi François e Philip LaZebnik (baseado em quadrinhos de René Goscinny e Albert Uderzo). Com Roger Carel, Guillaume Briat, Serge Papagalli, Bernard Alane, Arnaud Léonard, Laurent Morteau, Lorànt Deutsch, Laurent Lafitte, Alexandre Astier, Alain Chabat, Elie Semoun, Géraldine Nakache, Artus de Penguern, Lionnel Astier, François Morel, Philippe Morier-Genoud, Joëlle Sevilla.
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Até o dia vinte e cinco de agosto está acontecendo o festival Varillux em Casa, que em parceria com a plataforma Looke está exibindo gratuitamente cinquenta filmes que passaram nas últimas edições do festival. São quatro meses de cinema francês de graça! É uma iniciativa solidária, patrocinada pela embaixada da França no Brasil e Essilor/Varilux, e realizada pela Bonfilm para amenizar os dias de quarentena. São comédias, dramas, filmes históricos, fantásticos e infantis, a seleção é diversa e recente.(festivalvariluxemcasa.com.br)
“Asterix e o Domínio dos Deuses” chegou a terras tupiniquins pela primeira vez no Festival Varilux de 2015. Os personagens de René Goscinny e Albert Uderzo são um sucesso enorme dos quadrinhos desde que ganharam seu primeiro álbum em 1961. A força desses gauleses é tão grande que já protagonizaram quatorze filmes para o cinema, dez animações e quatro live actions. Suas histórias são mais do que caricaturas de um período histórico, são uma crítica a política e a sociedade em que vivemos. Nesse longa fica claro como os textos de Goscinny são atemporais e o roteiro surpreende por sua fidelidade ao material original. Os diretores Louis Clichy, que trabalhou como animador em “Wall-E” e “UP: Altas Aventuras”, e Alexandre Astier junto com os roteiristas Jean- Rémi François e Philip LaZebnik, que trabalhou no roteiro de “Pocahontas” e “Mulan”, adaptaram o décimo sétimo álbum da série publicado em 1971. Livro que têm o mesmo nome do filme e que apresenta uma trama extremamente atual.
Júlio César cansado de ver seu exército, os legionários, apanharem dos gauleses, graças a poção mágica de Panoramix a druida da vila, e apela para uma nova estratégia. Ele ordena a construção de um condomínio de luxo nos arredores da Aldeia Gavlesa para assim seduzir os gauleses para o estilo de vida romano. O contexto dos gibis é que nos anos cinquenta antes de cristo toda a Gália foi ocupada pelos romanos. Toda não. A aldeia de Asterix e Obelix se mantém irredutível aos invasores de Roma. Os quadrinhos nascem desse ideal de luta pela liberdade e de manutenção de seus próprios ideais e crenças. A luta dos pequenos, uma vila, contra um império e seus legionários. E tudo isso fica ainda mais incisivo nessa história que é repleta de alfinetadas sobre capitalismo, ambição, qualidade de vida e exploração. A crítica sobre como o capitalismo mantém os escravos escravizados mesmo após terem sido “libertos”, é uma demonstração de como eram poderosos os textos de Goscinny e Uderzo.
É um roteiro engenhoso com uma narrativa que flui bem e que traz o espírito das hqs. Estão presentes as brigas entre os habitantes da aldeia, o lado infantil de Obelix e os confrontos entre gauleses e romanos. O humor inteligente também está presente, assim como todos os personagens principais. É uma animação 3D que têm o cuidado de manter os traços do mestre Albert Uderzo, que faleceu aos noventa e dois anos, no dia 24 de março deste ano. Foi uma grande perda para o mundo dos quadrinhos. É um visual polido, que reconstrói o clima dos gibis.
“Asterix e o Domínio dos Deuses” é uma animação 3D de qualidade, é envolvente, inteligente e divertida. E o principal, é fiel ao material original. Sua trama prende a atenção do início ao fim, com muitas sequências visualmente interessantes que contam com gags visuais e que dão piscadelas aos fãs dos quadrinhos. O roteiro só desanda e fica repetitivo quando se afasta do material base para estender um pouco a duração do filme. Mas é uma história política, que critica a nossa sociedade e que brinca com arquétipos sem abandonar o lado infantil. Agrada adultos e crianças e até mesmo quem não conhece os personagens. Esses últimos certamente vão ficar querendo mais, porque até eu, que acompanho Asterix, Obelix e o cãozinho Ideiafix desde garoto, fiquei querendo mais. Aliás, vou ali na minha estante pegar uns gibis.
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Nota do Sunça:
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