Sunça no Streaming – Dias Sem Fim – Netflix (2020)

Um jovem (Ashton Sanders) passa seus primeiros dias na cadeia refletindo sobre os motivos, pistas e sinais que o levariam a ser um criminoso, desde sua vida adulta até os primórdios de sua juventude. A sinopse oficial ainda não foi divulgada.

121 min – 2020 – EUA

Dirigido e roteirizado por Joe Robert Cole. Com Ashton Sanders, Jalyn Hall, Jeffrey Wright, Yahya Abdul-Mateen, Isaiah John, Kelly Jenrette, Shakira Ja-nai Paye, Regina Taylor, Christopher Meyer, Andrea Lynn Ellsworth, Andrew Lopez, Baily Hopkins, Gretchen Klein e Andray Johnson.

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Jahkor (Ashton Sanders) é um jovem que após assassinar um casal a sangue frio é condenado a prisão perpétua. Assim começa “Dias sem fim”. O longa, dirigido por Joe Robert Cole (Roteirista de Pantera Negra), divide sua narrativa entre presente e passado. Acompanhamos o convívio do protagonista com os amigos de infância, sua conturbada relação com o pai J.D. (Jeffrey Wright) e os meses antes do crime. É uma trama densa, carregada de drama e violência. Nela tentamos entender quem é Jahkor? É um garoto que via em seu talento musical uma alternativa para se afastar das atividades criminosas e da violência cotidiana em que estava inserido. Um jovem que não consegue evitar o cruel destino de um vida de violência, ou um criminoso que escolhe ter as ações brutais que executa. Essa resposta não nos é entregue. Como a própria obra coloca, não é possível saber quem alguém realmente é, sem andar em seus sapatos. Somos o melhor que poderíamos ser? Ou somos o melhor que nosso meio nos permite ser? Jah, como é conhecido o protagonista, parece marcado para uma vida de crimes, dor e brutalidade. Em suas próprias palavras: “Quem vê muita violência acaba se acostumando.”

O roteiro, escrito pelo diretor, não nos poupa de nada. É uma sociedade perseguida pelo sistema, é uma existência dura em que até mesmo aqueles que optam por uma vida sem criminalidade são punidos. Lamark (Christopher Meyer) é um exemplo disso, é também, a personificação do desejo de Jah de se afastar daquela vida. Na qual, em nenhum momento ele se sente confortável, livre e em paz. Assim também seguimos ao longo da projeção, desconfortáveis, presos e cansados.  Essa é a proposta do diretor, que nos faz lutar junto de Jah pela sobrevivência e perceber que o meio em que vivemos é definitivo para o futuro que vamos ter. São cenas lentas e propositalmente arrastadas, que nos perturbam, incomodam e que, em alguns momentos, despertam a vontade de fugir e de ficar livre daquilo tudo. É assim que a Jah enxerga sua vida. 

O diretor Cole não busca motivos ou justificativas para seus personagens. Jahkor, seu amigo T.Q. (Isaiah John) e seu pai J.D. têm consciência de suas atitudes. Sabem as consequências e estão cientes da brutalidade de toda a situação. É um roteiro que traz reflexões. Se você parece destinado a seguir os passos de seu pai e tudo a sua volta te oprime e violenta, talvez não seja melhor fazê-lo? É possível se afastar afastar de uma vida de crimes quando a violência é cotidiana? Em uma família desconstruída, vivendo em uma sociedade esquecida pelo governo, perseguida pelas autoridades e oprimida pela sociedade, é possível fazer algo além de sobreviver?  Jah só parece se sentir livre após cumprir seu cruel “destino”. Na prisão consegue pensar no futuro de sua família, descansar e restaurar relações com o pai. 

Com um elenco de peso apresentando boas atuações, “Dias Sem Fim” é um filme que não procura ser uma experiência agradável. É uma vivência dura, forte e intensa.  Não existem respostas fáceis.

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Nota do Sunça:

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