Sunça no Streaming – Power – Netflix (2020)

Em Power, a notícia de que uma nova pílula capaz de liberar superpotências para cada um que a experimentar começa a se espalhar nas ruas de Nova Orleans. Poderes como pele à prova de balas, super força e invisibilidade apareceram em usuários, porém, é impossível saber o vai realmente acontecer até tomá-la. Mas tudo muda quando a pílula acaba aumentando o crime na cidade, fazendo com que o policial local (Joseph Gordon-Levitt) se una a um traficante adolescente (Dominique Fishback) e um ex-soldado com sede de vingança (Jamie Foxx) para combater o poder com poder, chegando na origem da pílula.

111 min – 2020 – EUA

Dirigido por Henry Joost e Ariel Schulman. Roteirizado por Mattson Tomlin. Com Jamie Foxx, Joseph Gordon-Levitt, Dominique Fishback, Rodrigo Santoro, Courtney B. Vance, Amy Landecker, Colson Baker, Tait Fletcher, Allen Maldonado, Andrene Ward-Hammond, Kyanna Simone Simpson, C.J. LeBlanc, CG Lewis, Joseph Poliquin, Jazzy De Lisser.

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“Power” é a tentativa da plataforma Netflix de entrar no lucrativo gênero de filmes de super-herói. O novo longa da produtora, mistura elementos do cinema policial com reflexões raciais e violência gore em um universo de herói. A premissa é boa e promete subverter o gênero dos super humanos. O que não acontece. A trama sobre corrupção, traficantes, policiais honestos e corruptos se perde em um roteiro fraco que apela para os caminhos mais comuns presentes no gênero. Funciona como um bom filme de ação, ainda que algumas sequências sejam confusas e mal planejadas. Os efeitos especiais têm qualidade e o longa apresenta uma estética visual muito bonita. É um elenco de peso Dominique Fishback,  Jamie Foxx, Joseph Gordon-Levitt e Rodrigo Santoro. Todos se esforçam, e tentam tirar o máximo de seus personagens unidimensionais. 

Em “Power “ os diretores Henry Joost e Ariel Schulman apresentam a cidade de Nova Orleans em um futuro próximo. Um traficante conhecido como Biggie (Rodrigo Santoro) surge com uma droga experimental que dá super poderes à seus usuários. Cada um reage a droga de uma forma diferente e durante o tempo de cinco minutos ganha um poder especial. A droga causa interesse nos cidadãos e nos criminosos que a utilizam para auxiliar em atividades ilegais. Acompanhamos três personagens, Frank (Joseph Gordon-Levitt) um policial que usa a droga para combater os bandidos super poderosos. Ele é amigo de Robin (Dominique Fishback), uma adolescente que entra para o tráfico para conseguir pagar o tratamento da mãe, enquanto sonha em se tornar rapper. E Art (Jamie Foxx) um ex-soldado, que está atrás do criador da substância para encontrar a sua filha sequestrada. Os personagens não possuem arcos narrativos e essa apresentação é tudo o que é apresentado sobre eles. Os protagonistas nem mesmo têm um sobrenome. Seria bom o brasileiro Rodrigo Santoro rever seus projetos. Além de dar vida a mais um vilão unidimensional e caricato, o próprio filme parece não se importar com ele. A produção cria uma escalada para o “chefão” que poderia ser uma grande ameaça ao final da projeção. Mas no decorrer da trama descarta o personagem com uma facilidade incrível e parte para um novo vilão que ainda não tinha sido apresentado.   

  O roteirista Mattson Tomlin sabe aproveitar bem a droga e seus efeitos aleatórios. Utiliza a imprevisibilidade das pílulas e seu efeito de curta duração para criar a sensação de urgência e ansiedade no espectador. É um texto criativo, mas que em momentos chave opta pelo caminho mais fácil e, portanto, o mais previsível. O relacionamento entre os personagens é um ponto forte que causa empatia e nos faz acreditar que eles realmente se importam uns com os outros e com o que estão fazendo em tela. Ainda que seja a maior fraqueza da obra o roteiro rende boas sequências, como por exemplo quando Art persegue o homem em chamas, quando Frank corre atrás do homem invisível e as cenas de ação do clímax final.  Nesses momentos temos um bom trabalho da dupla de diretores que usa o movimento de câmera e efeitos especiais para construir uma ação dinâmica e empolgante.    

O longa tenta trazer reflexões políticas e raciais. Frank menciona o Katrina e critica a atuação das autoridades. Art conversa com Robin sobre poderes e reflete sobre a sociedade e os problemas raciais. Faz uma colocação sobre os grupos minoritários e como devem ser fortes e encontrar sua habilidade para sobreviver. Mas para por aí e não se aprofunda nessas interessantes e relevantes discussões. Robin é a protagonista que nos representa no filme, uma garota negra de uma parcela marginalizada da sociedade. Essa opção merece destaque, é certamente um ponto forte da trama. Positivo também, é a piada da personagem ser uma “ajudante”, usar as cores vermelho, amarelo e verde e se chamar Robin. É uma pena que o filme precise evidenciar isso em seus diálogos.

“Power” têm uma montagem elétrica com uma trilha empolgante e uma fotografia linda. Mas toda essa estilização não é usada em prol da narrativa, não ajuda no desenvolvimento dos personagens e nem mesmo no impacto das sequências de ação. Acaba sendo só um espetáculo visual lindo, que logo vai ser esquecido. A tendência das recentes produções da Netflix de sempre tentar forçar uma continuação, também não ajuda.

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Nota do Sunça:

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