Enola Holmes (Millie Bobby Brown) é uma menina adolescente cujo irmão, 20 anos mais velho, é o renomado detetive Sherlock Holmes (Henry Cavill). Quando sua mãe desaparece, fugindo do confinamento da sociedade vitoriana e deixando dinheiro para trás para que ela faça o mesmo, a menina inicia uma investigação para descobrir o paradeiro dela, ao mesmo tempo em que precisa ir contra os desejos de seu irmão, Mycroft (Sam Claflin), que quer mandá-la para um colégio interno só de meninas.
123 min – 2020 – EUA
Dirigido por Harry Bradbeer. Roteirizado por Jack Thorne (Baseado nos livros de Nancy Springer, inspirados na obra de Arthur Conan Doyle). Com Millie Bobby Brown, Henry Cavill, Sam Claflin, Helena Bonham Carter, Louis Partridge, Adeel Akhtar, Fiona Shaw, Frances de la Tour, Susie Wokoma, Burn Gorman, David Bamber, Hattie Morahan.
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“Enola Holmes” traz uma abordagem mais informal e descontraída para figuras já consagradas do universo do detetive criado por Arthur Conan Doyle. A produção têm a intenção de agradar e atrair o público jovem, e para isso, aposta em retratar a jornada de amadurecimento da jovem Enola Holmes (Millie Bobby Brown). Ela está sozinha pela primeira vez e têm que aprender a se virar. A protagonista é cativante e tem uma personalidade forte, Enola não exita em confrontar seus irmãos mais velhos Mycroft (Sam Claflin) e Sherlock (Henry Cavill). No dia do seu aniversário de dezesseis anos sua mãe Eudoria (Helena Bonham Carter) desaparece e essa é a fagulha que inicia a trama de auto-descoberta e investigação da garota. Em sua busca pela mãe a detetive acaba salvando o jovem lorde Tewkesbury (Louis Patridge) e assim seu primeiro caso “cai” literalmente em seu caminho.
A trama parte da ideia de busca da figura materna e assim permite que a personagem expanda seus horizontes e viva experiências se descobrindo a cada etapa do percurso. Para isso o diretor Harry Bradbeer escolhe um enfoque dinâmico e ágil. Harry recentemente trabalhou na série “Fleabag”, alguns aspectos e elementos narrativos muito utilizados na série repercutem nesta obra, que têm sua história baseada em uma série de livros “Os Mistérios de Enola Holmes” da autora Nancy Springer. Seguimos em um ritmo acelerado que nos leva a vários cenários diferentes acompanhados por uma trilha sonora que ajuda a deixar a investigação mais dinâmica. Millie Bobby Brown é carismática e consegue trazer a arrogância dos Holmes ao mesmo tempo em que nos cativa e deixa interessados em suas buscas e experiências. Suas constantes quebras da quarta parede inicialmente surgem como uma interação simpática e funciona em prol da narrativa. Porém ao decorrer do filme se torna um elemento repetitivo e didático.
São poucas as sequências em que a investigação é o destaque, e as constantes explicações da protagonista deixam tudo ainda mais banal. Sabemos tudo o que ela pensa, tudo o que ela faz e tudo o que pretende fazer. O caso é simples, e já na metade da trama é possível saber seu desfecho. Outro recurso utilizado ao extremo são os flashbacks de Enola e sua Mãe. É um acerto do longa focar na jovem Holmes e tirar de cena seus irmãos mais famosos. Henry Cavill e Sam Claflin estão bem muito bem em seus personagens, são elegantes e trazem uma abordagem mais clássica para os irmãos. Mesmo com poucas participações eles geram interesse e chamam atenção. Por causa disso, talvez fosse mais interessante que os personagens tivessem menos importância no roteiro. Mycroft vê a irmã como uma “criatura selvagem” e está constantemente irritado com ela. Sherlock segue suas investigações frias e no decorrer dos acontecimentos passa dar atenção a irmã, porém de início é indiferente a ela.
As constantes explicações de tudo que vemos em tela incomoda. Elas vão além dos mistérios e passam também pelo texto da obra. Todas as reflexões sobre a emancipação feminina, sobre os abusos que mulheres sofriam na época e a luta por direitos iguais são bem vindas e necessárias. Mas poderiam ser menos didáticas, a impressão que fica é de que o roteiro a todo momento está com medo de que o espectador não esteja entendo seus acontecimentos e suas importantes discussões. O texto enaltece a todo momento a emancipação feminina, por isso, incomoda um pouco que em alguns momentos Enola precise de resgates e ajudas de personagens masculinos, principalmente nas figuras do lorde Tewkesbury e de Sherlock Holmes.
Eudoria cria sua filha para que se torne uma mulher independente e forte. E isso acontece. “Enola Holmes” funciona como o primeiro episódio de uma série, introduz uma protagonista carismática e com personalidade que pode e deve se aventurar em seus próprios mistérios e investigações.
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Nota do Sunça:
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