Sunça no Cinema – O Último Jogo (2021)

Dois vilarejos separadas por 9km e uma rivalidade ferrenha. Do lado brasileiro, os habitantes de Belezura, uma pequena cidade que vive de empregos na indústria moveleira, está prestes a encarar dois eventos que mudarão suas vidas: o fechamento da fábrica e a última partida de futebol contra os arquirrivais argentinos do povoado vizinho, o que para eles torna-se a última partida de futebol antes do fim do mundo. E em um ponto todos concordam – é preciso vencer, nem que para isso tenham que dar a própria vida.

100 min – 2021 – Brasil

Dirigido por Roberto Studart. Roteirizado por Ecila Pedroso e Roberto Studart. Com Pedro Lamin, Juliana Schalch, Bruno Bellarmino, Betty Barco, Norberto Presta.

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Em “O Último Jogo” o diretor Roberto Studart faz uma homenagem ao futebol e a rivalidade entre o Brasil e a Argentina. Para isso, opta pelo humor nonsense e irônico, com uma fotografia colorida e saturada, e um contexto atemporal e fabulesco. Uma piada de boteco que diverte, provoca algumas risadas, em alguns momentos te deixa indiferente e é efêmera em sua natureza.  

 A trama se passa na pacata cidade fictícia brasileira, Belezura. Por lá conhecemos vários personagens inusitados e caricatos que estão diante de um dilema. Belezura têm fronteira com a cidade argentina Guapa e os cidadãos de ambas localidades demonstram uma enorme rivalidade que toma tons agressivos nos jogos futebolísticos dominicais. A cidade brasileira sobrevive devido a uma fábrica que emprega a todos. Ela está prestes a fechar. Com o fim próximo os moradores de Belezura tem um único objetivo, ganhar a última partida de futebol de várzea, que vai acontecer dali a sete dias. Califórnia (Pedro Lamin) é o craque do time de Belezura, mas ele só quer saber de beber pinga, escrever poesia e pintar quadros. Fumar também, fuma o tempo inteiro. O treinador Arlindo (Norberto Presta) está prestes a desistir quando surge o misterioso Expedito, o “Fantasista da Bola Branca” (Bruno Bellarmino). Os torcedores passam a tentar de tudo para que Expedito seja a arma secreta do time de Belezura na derradeira partida. 

A comédia mostra o cotidiano pacato da cidade e assume tons poéticos típicos de lugarejos perdidos no mapa. A ideia de fantasia e surrealismo da ambientação passa também pelos personagens da obra que assumem papéis lineares e estereótipos. A esposa abandonada que só pensa em sexo, o presidiário bom de bola, o treinador que respira e vive do futebol, o argentino agressivo e carrancudo e o narrador. Esse é o melhor personagem da obra. Ele, o veterinário da cidade, narra as partidas utilizando jargões médicos. A estrutura assumida pelo filme é a de uma série de eventos cômicos onde os habitantes de Belezura tentam convencer Expedito a ficar para a partida. Assim temos sequências engraçadas, inusitadas, indiferentes, vergonha alheia e sem graça. O problema nessas passagens, é que as ações não têm consequências. As tentativas de convencer Expedito nos geram expectativas de problemas a frente na trama como: Situações desconfortáveis, brigas, revelações e etc. Porém a grande maioria não gera efeito algum na narrativa. Um bom exemplo é o tempo dedicado a sensualidade e sedução que geram traições, intrigas e especulações. Porém resultam em nada. 

“O Último Jogo” apresenta belas cenas de futebol. Durante as partidas as jogadas têm sincronia, são rápidas e habilidosas, passando bem a emoção de se acompanhar a uma peleja.  Mas a sensação final é a de uma boa ideia desperdiçada. Uma bela e divertida homenagem ao futebol e a rivalidade entre o Brasil e a Argentina, mas que soa efêmera e não memorável.

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Nota do Sunça:

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