Sunça no Cinema – Operação Red Sparrow (2018)

Outrora talentosa bailarina, Dominika Egorova (Jennifer Lawrence) encontra-se em maus bocados quando é convencida a se tornar uma Sparrow, ou seja, uma sedutora treinada na melhor escola de espionagem russa. Após passar pelo árduo processo de aprendizagem, ela se torna a mais talentosa espiã do país e precisa lidar com o agente da CIA Nathaniel Nash (Joel Edgerton). Os dois, no entanto, acabam desenvolvendo uma paixão proibida que ameaça não só suas vidas, mas também as de outras pessoas.

141min – 2018 – EUA

Dirigido por Francis Lawrence e roteirizado por Justin Haythe. Com Jennifer Lawrence, Joel Edgerton, Jeremy Irons, Matthias Schoenaerts, Charlotte Rampling, Ciarán Hinds, Joely Richardson e Mary-Louise Parker.

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“Operação Red Sparrow” é uma história de espionagem passada durante a Guerra Fria com uma protagonista. Colocando nesses termos fica difícil não lembrar do ótimo Atômica, protagonizado por Charlize Theron e dirigido por David Leitch. Porém os longas não poderiam ser mais divergentes. Charlize demonstra maestria em cenas de ação construindo uma personagem forte e empoderada, Leitch coordena cenas de luta como um “balé brutal” e apresenta sequências de ação impactantes e realistas. O que não acontece no thriller erótico psicológico “Red Sparrow”. Não há cenas de ação, nem sequências inventivas e cativantes. É uma trama realista e fria, um drama físico e exibicionista, que acaba causando um distanciamento com o público. O que falta na protagonista de Jennifer Lawrence e na direção de Francis Lawrence é personalidade.

A montagem inicial do filme é bem executada. As histórias de Dominika Egorova (Jennifer Lawrence) e Nate Nash (Joel Edgerton) são apresentadas em paralelo, um forte prólogo com um trilha emblemática que culmina em situações tensas que desencadeiam a trama. Dominika é uma ex-bailarina que acaba forçada, por seu tio Ivan Egorov (Matthias Schoenaerts) a trabalhar como espiã para o governo Russo. Ela se torna uma agente “sparrow” onde a sedução e o próprio corpo são fortes armas na guerra por informação. Nash, que é a primeira missão da protagonista, é um agente da CIA e acaba se envolvendo profissionalmente e amorosamente com a personagem de Lawrence. Ambos têm de lidar com seu relacionamento, com seus governos enquanto perseguem seus próprios objetivos.É um suspense sádico de espionagem.

Com o objetivo de deixar seus personagens dúbios o roteiro mantém segredo em torno de seus objetivos e seus passados. O que os torna desinteressantes. Visualmente o longa não têm constrangimento em exibir de forma explícita cenas de tortura, violência, nudez e até mesmo um procedimento cirúrgico. Vale um destaque para o uso da cor vermelha, é um competente trabalho de direção de arte. Presente no figurino da protagonista, no cenário e sempre relacionado com sexualidade, violência e sangue. Mesmo assim Francis Lawrence não consegue construir um visual expressivo como já fez em trabalhos anteriores (Vide Constantine de 2005).

“Operação Red Sparrow” não é um filme de ação. É um suspense erótico, sensual físico e explícito. Peca por não aprofundar mais em sua trama psicológica, deixando seus personagens rasos e o roteiro muitas vezes inconsistente. Afinal, acompanhamos a protagonista todo o tempo e seus superiores também. Mas quando é conveniente ao roteiro percebemos que, em alguns momentos, Dominika consegue enganar a Rússia e a própria audiência. Só é uma pena que não consiga trazer mais personalidade para o longa.

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Nota do Sunça:

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